A Igreja Católica deu início nesta quarta-feira, dia 26 de fevereiro, ao período de preparação para a Páscoa. São quarenta dias que antecedem o Tríduo Pascal (Quinta-feira Santa, Sexta-feira Santa e Sábado de Aleluia). Estes quarenta dias são definidos a partir do Domingo da Páscoa, primeiro domingo após a primeira lua cheia do início do outono. A festa da Páscoa era primitivamente um ritual realizado por pastores, que tingiam as entradas das tendas com o sangue de um cordeiro para proteção. Com o êxodo, passa a ser lembrança da libertação do povo hebreu. Para os cristãos a Páscoa é lembrança permanente de que Deus liberta seu povo através de Jesus Cristo, novo cordeiro pascal. A partir do domingo da Páscoa são definidas as outras datas, inclusive o carnaval.
Biblicamente o número quarenta tem um significado importante: foram quarenta anos que o povo hebreu passou no deserto e foram quarenta dias que Jesus passou no deserto em purificação. Por isso, a Igreja conserva a tradição de preparação para a Páscoa com quarenta dias de Jejum, Penitência e Esmola, buscando a plena conversão aos ensinamentos de Jesus de Nazaré.
A Quaresma tem início na Quarta-feira de Cinzas. Nas missas celebradas nas Paróquias e Comunidades, se benzem e impõem as cinzas feitas de ramos de oliveiras ou outras árvores, bentos no Domingo de Ramos do ano anterior. Em procissão, os cristãos e cristãs recebem na fronte um pouco dessas cinzas para expressar o desejo de assumir o processo de conversão que se iniciou no Batismo.
As cinzas querem nos lembrar o quanto somos pequenos. Nosso orgulho, prepotência, bens materiais nada mais são do que cinzas após a morte. Da vida terrena o que levamos são nossas obras, nossas ações, o amor com o qual nos relacionamos com as outras pessoas. Conscientes de nossa pequenez, somos chamados a ser agentes de transformação dessa sociedade desigual.