Mais uma vez um convite à missão, ao anúncio do Evangelho e ao testemunho diário. São palavras do Papa na Solenidade da Ascensão do Senhor, exortando todos a serem "testemunhas generosas de Cristo Ressuscitado", conscientes de que Ele, subindo aos céus, não abandona ninguém, ao contrário, "Ele está sempre conosco e nos sustenta ao longo do caminho". "Dirijo um pensamento especial aos jovens, aos idosos, aos doentes e aos recém-casados. Jesus Cristo, subindo ao céu, deixa uma mensagem e um programa para toda a Igreja:
“Ide e ensinai todas as nações... ensinando-as a observar tudo o que vos ensinei. Que seja seu ideal e seu compromisso, tornar conhecida a palavra de salvação de Cristo e dar testemunho dela na vida diária. A todos minha bênção!”
Origens da Solenidade
Na quinta-feira da sexta semana da Páscoa, 40 dias após a Ressurreição, a Solenidade da Ascensão é celebrada no Vaticano e em alguns países do mundo, e em outros, é adiada para o domingo seguinte. Neste dia é lembrada a Ascensão ao céu de Jesus que, de fato, conclui sua estada terrena entre os homens para se unir fisicamente ao Pai e não aparecer novamente na Terra até sua Segunda Vinda (Parusìa) para o Juízo Final. Trata-se de uma festividade muito antiga da qual existem vestígios já no século IV. No Credo dos Apóstolos é mencionada com estas palavras: "Jesus subiu aos céus, e está sentado à direita do Pai". E novamente ele virá, em glória, para julgar os vivos e os mortos, e o seu reino não terá fim". O episódio está bem descrito nos Evangelhos de Marcos e Lucas e nos Atos dos Apóstolos.
As palavras do Papa
Para a Igreja Católica, a Ascensão é o prelúdio ao Pentecostes e de alguma forma marca o início de sua história e de sua missão junto com a humanidade. Francisco o recorda todos os anos nesta ocasião, insistindo no compromisso de cada cristão com o anúncio da salvação. Durante Regina Coeli, em 13 de maio de 2018, o Papa disse: “Trata-se de ser homens e mulheres da Ascensão, ou seja, buscadores de Cristo pelas sendas do nosso tempo, levando a sua palavra de salvação até aos confins da terra. Neste itinerário, encontramos o próprio Jesus nos irmãos, sobretudo nos mais pobres, em quantos sofrem na própria carne a dura e mortificadora experiência de antigas e novas pobrezas. Assim como inicialmente Cristo Ressuscitado enviou os seus apóstolos com a força do Espírito Santo, também hoje Ele nos envia, com a mesma força para dar sinais concretos e visíveis de esperança. Porque Jesus que nos dá a esperança, foi elevado ao céu, abriu as portas do céu e a esperança que nós para lá iremos”.
No Regina Caeli de 1º de junho de 2014, o Papa falava da missão como comando necessário e não facultativo, quando afirmava: “Ir”, ou melhor, “partir” torna-se a palavra-chave da festa de hoje: “Jesus parte, sobe ao Céu, isto é, volta para o Pai pelo qual tinha sido enviado ao mundo. Cumpriu o seu trabalho, e depois voltou para o Pai. Mas não se trata de uma separação, porque Ele permanece para sempre conosco, de uma forma nova. Com a sua Ascensão, o Senhor ressuscitado atrai o olhar dos Apóstolos — e também o nosso — às alturas do Céu para nos mostrar que a meta do nosso caminho é o Pai.
Por fim, durante a homilia da Missa na Casa Santa Marta de 26 de maio de 2017, o Pontífice pedia para que este episódio nos desse estímulo para subir ao Céu, conhecer Cristo de perto e contar aos homens as suas obras e os seus prodígios: “Jesus, antes de partir disse: ‘Ide e fazei discípulos em todas as nações’. O lugar do cristão é o mundo para anunciar a Palavra de Jesus, para anunciar que fomos salvos, que Ele veio para nos dar a graça, para nos levar todos com Ele diante do Pai”.