“A oração cristã é plenamente humana: inclui o louvor e a súplica", disse Francisco na catequese da Audiência Geral, recordando "que não devemos nos escandalizar se sentirmos a necessidade de rezar". Não ter vergonha de pedir, sobretudo quando estamos passando por dificuldades.
“Pedir, suplicar: isto é muito humano!”, disse o Papa, acrescentando:
Às vezes acreditamos que não precisamos de nada, que nos bastamos e que vivemos na completa autossuficiência. Muitas vezes isso acontece! Mas cedo ou tarde esta ilusão se desvanece. O ser humano é uma invocação, que às vezes se torna um grito, muitas vezes retido. A alma se assemelha a uma terra árida e sedenta. Todos nós experimentamos, num momento o outro de nossa existência, o tempo da melancolia, da solidão.
Segundo o Papa, “a Bíblia não se envergonha de mostrar a condição humana marcada pela doença, injustiça, traição de amigos ou ameaça de inimigos. Às vezes parece que tudo desmorona, que a vida vivida até agora tenha sido em vão. Nestas situações aparentemente sem solução, existe uma única saída: o grito, a oração: “Ajuda-me, Senhor!” A oração abre fendas de luz nas trevas mais escuras, abre o caminho”.
De acordo com Francisco, “não devemos sufocar a súplica que surge espontaneamente em nós. A oração de súplica caminha de mãos dadas com a aceitação do nosso limite e da nossa criaturalidade. Pode-se até não chegar a crer em Deus, mas é difícil não crer na oração: ela simplesmente existe; se apresenta a nós como um grito; e todos nós temos que lidar com esta voz interior que pode talvez ficar em silêncio por muito tempo, mas um dia acorda e grita”.
“Deus responderá. Não há orante no Livro dos Salmos que levante seu lamento e permaneça sem ser ouvido. Deus responde sempre, hoje, amanhã. Sempre responde. De uma maneira ou de outra. Responde sempre. A Bíblia o repete várias vezes: Deus escuta o clamor de quem o invoca. Até mesmo os nossos pedidos gaguejados, mesmo aqueles que permanecem no fundo do coração. O Pai quer nos dar o seu Espírito, que anima cada oração e transforma todas as coisas. É uma questão de paciência, de aguentar a espera”