Segundo Francisco, a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos tem como objetivo “invocar de Deus o dom da unidade a fim de superar o escândalo das divisões entre os fiéis em Jesus”.
Depois da Última Ceia, Jesus rezou pelos seus, «para que todos sejam um». “Foi a sua oração antes da Paixão, poderíamos dizer o seu testamento espiritual. Observamos, contudo, que o Senhor não ordenou aos discípulos a unidade. Nem lhes fez um discurso para motivar a sua necessidade. Não, Ele rezou ao Pai por nós, para que fôssemos um. Isto significa que não somos suficientes, com a nossa força, para realizar a unidade. A unidade é primeiramente um dom, é uma graça a ser pedida com a oração”, disse o Papa.
Segundo o Papa, “isto aplica-se primeiramente aos cristãos: a unidade só pode vir como fruto da oração. Os esforços diplomáticos e os diálogos acadêmicos não são suficientes. Devem ser feitos, mas não bastam. Jesus sabia isto e abriu-nos o caminho através da oração. Deste modo, a nossa oração pela unidade é uma humilde mas confiante participação na oração do Senhor, o qual prometeu que cada oração feita em seu nome será ouvida pelo Pai”.
Francisco nos convidou a fazermos a seguinte pergunta: “Rezo pela unidade?” “É a vontade de Jesus, mas se revermos as intenções pelas quais rezamos, provavelmente compreenderemos que rezamos pouco, talvez nunca, pela unidade dos cristãos. Mas a fé no mundo depende disto; com efeito, o Senhor pediu a unidade entre nós «para que o mundo creia». O mundo não acreditará porque o convenceremos com bons argumentos, mas se tivermos testemunhado o amor que nos une e nos torna próximos de todos, sim, acreditará”.
“Rezar significa lutar pela unidade. Sim, lutar, porque o nosso inimigo, o diabo, como a própria palavra diz, é o divisor. Ele insinua a divisão, em todo o lado e de todas as maneiras, enquanto o Espírito Santo faz convergir sempre em unidade. O diabo, em geral, não nos tenta com a alta teologia, mas com as fraquezas dos irmãos”, disse ainda o Papa. “Ele é astuto: amplia os erros e defeitos dos outros, semeia a discórdia, provoca a crítica e cria divisão. O caminho de Deus é outro: Ele nos aceita como somos. Ele nos ama muito, nos ama como somos e nos aceita como somos: diferentes, pecadores, e nos impele para a unidade”, sublinhou.