A defesa da vida e a importância da família são pilares fundamentais da doutrina da Igreja Católica. Desde os primeiros séculos do cristianismo, a Igreja tem se manifestado em favor da vida desde a concepção até a morte natural, promovendo uma cultura de amor e respeito à dignidade humana.
São João Paulo II, em sua encíclica Evangelium Vitae, afirma com clareza: "O direito à vida não é simplesmente um direito entre outros, mas o direito fundamental e condição para todos os outros direitos humanos". Ele destaca que o aborto e a eutanásia são práticas que violam gravemente esse direito básico. A vida, em qualquer estágio, é um dom de Deus e deve ser protegida de maneira incondicional.
O Papa Francisco também reforça a importância de cuidar dos mais frágeis, incluindo os não-nascidos: "O embrião humano tem valor em si mesmo, desde o momento da concepção". Sua exortação é clara: a vida humana não pode ser descartada ou tratada como objeto de conveniência. A dignidade humana é inalienável, independentemente de sua fase ou condição.
São Tomás de Aquino, um dos maiores teólogos da Igreja, ensina que "é intrinsecamente má a ação de matar um ser humano inocente". Este princípio moral, sustentado pela razão e pela fé, baseia-se no fato de que todo ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1,27), possui uma dignidade intrínseca que deve ser respeitada.
A família, por sua vez, é o ambiente natural onde a vida deve ser acolhida e protegida. O Papa Bento XVI descreve a família como “a célula primeira e vital da sociedade”. É no seio familiar que os valores da fé, do respeito pela vida e da dignidade humana são transmitidos às novas gerações. A família é, segundo São João Paulo II, o "santuário da vida", o lugar onde se deve promover o amor, o cuidado e a proteção dos mais vulneráveis.
Além disso, São João Paulo II destacou a importância da família como "Igreja doméstica", afirmando que "a família cristã é chamada a ser uma comunidade de fé, esperança e caridade". Ele ensina que é no ambiente familiar que a fé deve ser vivida de forma profunda e contínua, sendo a família o primeiro lugar onde as pessoas encontram o amor de Deus e aprendem a viver segundo os valores cristãos. "A família é a primeira e mais importante escola de virtudes sociais", afirmou ele, destacando seu papel insubstituível na formação moral e espiritual dos filhos e no testemunho do Evangelho.
Nesse mesmo sentido, o Padre Paulo Ricardo, grande defensor da vida e da família, enfatiza que a cultura moderna tem promovido o que ele chama de “cultura da morte”, onde o aborto é defendido como um direito e a família é atacada em sua estrutura natural. Segundo ele, "a vida humana é sagrada desde o momento da concepção, e qualquer tentativa de relativizar esse fato é um ataque direto à própria essência do homem". Padre Paulo Ricardo alerta que a defesa da vida é também a defesa da verdade sobre o ser humano, que está sendo diluída por uma cultura relativista e secularizada.
Para ele, o aborto é uma das maiores tragédias do nosso tempo, e combater essa prática é essencial para restaurar uma cultura de vida. Ele enfatiza que a defesa da vida é inseparável da defesa da família, uma vez que a destruição da vida humana no útero está diretamente ligada à desvalorização do papel da família na sociedade. Padre Paulo Ricardo afirma que “uma sociedade que despreza a família natural não consegue proteger a vida”, e que é necessário resgatar os valores cristãos para restaurar o respeito pela vida e pela dignidade humana.
O Evangelho também é claro sobre o valor da vida humana e o papel da família. Jesus, em várias ocasiões, mostrou sua estima pela vida e pelo núcleo familiar. No Evangelho de João (10,10), Jesus diz: "Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância." A missão de Cristo é, portanto, a de promover a vida em todas as suas dimensões. Seu exemplo e ensinamentos mostram que a vida é sagrada, desde o mais frágil até o mais forte.
Além disso, Jesus demonstrou, em suas palavras e ações, um profundo respeito pela vida e pelas crianças. Em Mateus 19,14, ele disse: "Deixai vir a mim as criancinhas, porque delas é o Reino dos Céus." Esta afirmação revela o valor inestimável da vida desde os seus primeiros momentos. Para Jesus, cada criança, cada vida é digna de cuidado, amor e proteção.
O Evangelho também enfatiza a importância da família como célula fundamental da sociedade. Em Marcos 10,6-9, Jesus reafirma a instituição do matrimônio, dizendo: "Desde o princípio da criação, Deus os fez homem e mulher. Por isso o homem deixará seu pai e sua mãe e os dois serão uma só carne. Assim, eles já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe." Esta visão da união familiar destaca o compromisso inquebrável entre marido e mulher, formando o alicerce de uma família, onde a vida pode florescer.
Santo Agostinho, em seus escritos, também fala sobre o papel essencial da família: "A paz na sociedade começa com a paz no lar." A estabilidade e o amor no ambiente familiar são fundamentais para a formação de indivíduos que respeitam a vida e promovem o bem comum.
Portanto, a defesa da vida e o fortalecimento da família andam de mãos dadas. Proteger o direito à vida desde a concepção e promover o papel central da família na sociedade são formas de construir uma cultura de paz e respeito à dignidade humana. Como disse São João Paulo II, "um povo que mata seus próprios filhos é um povo sem futuro". Que possamos, à luz dos ensinamentos da Igreja, das palavras de Jesus no Evangelho, e do testemunho de padres e santos, promover sempre o amor à vida e o fortalecimento da família como os pilares de uma sociedade justa e solidária.
Luana e Gustavo coordenadores da Pastoral Familiar da Paroquia Imaculada Conceição.