A ação evangelizadora da Igreja não parou em nenhum momento, mesmo com as igrejas de portas fechadas, a suspensão das missas com a participação de público, de encontros e eventos. Sua missão de anunciar o Evangelho e cuidar da vida dos menos favorecidos tem sido realizada de forma nova, criativa e ainda mais intensa. Isso é possível porque a Pastoral do Dízimo realiza um trabalho essencial na Igreja, especialmente, durante essa pandemia do novo Coronavírus (Covid-19).
Entrevista com Dom Bruno Versari, bispo referencial da Pastoral do Dízimo no Regional Sul 2 - Paraná.
Dom Bruno, qual a importância de continuar a devolver o dízimo, mesmo num período tão difícil para muitas famílias?
Dízimo é compromisso de fé em Deus, de amor à Igreja e de amor aos irmãos. Devolver o dízimo em tempos tão difíceis é proporcionar condições para que a Igreja não deixe de anunciar a Palavra de Vida, a Palavra de Salvação, o Evangelho e, ao mesmo tempo, tenha condições de tornar-se próxima daqueles que sofrem por não ter as necessidades básicas da vida: comida, remédio e outras necessidades. A Igreja só consegue ser solidária com aqueles que mais necessitam, porque tem fiéis que dão condições para que ela faça isso, através do dízimo e das ofertas que chegam. Tudo isso é revertido em solidariedade com os que sofrem.
Como manter os dizimistas encorajados e animados a partilhar e devolver o dízimo?
Quem dá o dízimo, geralmente, são pessoas de fé, pessoas que fizeram uma experiência tão profunda de Jesus e de seu amor, que desejam viver isso na prática do que lhe é mais caro, o seu salário. Devolver o dízimo, mesmo em tempo de dificuldades, é um sinal de maturidade na fé, é confiar que fazendo a experiência da fidelidade a Deus, Ele lhe retribuirá em abundantes bênçãos. Doar o dízimo é criar condições para que os outros também possam fazer essa experiência de serem amados. O gesto de doar, por menor que seja, se for feito por amor, não fica sem receber uma recompensa. Deus é generosos. Quem tem Deus no coração, também tem um desejo imenso de ser generoso.
Qual mensagem o senhor deixa para os dizimistas e todos os católicos nesse tempo de pandemia?
Esse é um tempo difícil e não é diferente na Igreja. A Igreja para fazer frente a evangelização e assistência social, ajuda aos necessitados e tantos trabalhos, depende do dízimo e das ofertas. Todo católico, dizimista ou não, deve sentir-se sensibilizado e entender que, juntos, podemos fazer grandes coisas. Em uma situação como essa temos a oportunidade de ser solidários. A igreja conta com a ajuda de todos, para que assim possa continuar cuidando dos que já vivem na graça da fé e também daqueles que, mesmo com fé, vivem na carestia das necessidades da vida. Doar o dízimo é colocar em prática o amor a Deus, assim como nos recorda o evangelista João: “Quem diz amar a Deus a quem não vê e não ama o irmão a quem vê, está mentindo” (cf. 1Jo 4,20). Então eu digo que o dízimo, seja a quantia que for, é sempre uma expressão de amor a Deus e de amor aos irmãos. Isso é viver a fé na prática. O dízimo ajuda a Igreja a ajudar os outros e, na medida em que a Igreja me ajuda a viver a fé, oferendo a Palavra de Deus, a Eucaristia, Sacramentos, eu também dou condições para que ela atenda a tantas pessoas, que sozinhos não daríamos conta.
Àquele que é dizimista, peço que continue sendo fiel. Àquele que ainda não é dizimista, sugiro que faça a experiência e, nesse tempo difícil, exerça a solidariedade com aqueles que mais sofrem. O dízimo proporciona uma gratidão que só Deus pode dar. Deus abençoe e recompense todos os dizimistas que, com mais ou menos, proporcionam condições para que a Igreja possa continuar a sua missão de evangelizar e de se solidarizar com os mais necessitados.