Podemos nos perguntar: de onde vem a missão? Qual o seu fundamento? Foi um Papa que a instituiu? Como resposta, o documento 108 da CNBB, Missão e cooperação missionária, nos ensina que a missão tem seu fundamento na Santíssima Trindade. A missão é uma essência que tem origem no “amor fontal” do Pai, um amor que não se contém, que transborda, que se comunica e sai de si por sua própria natureza missionária. Essa missão de Deus se manifestou de maneira definitiva com o envio do Filho amado. Jesus anuncia uma visão completamente nova, apresentando-nos um Deus que não veio para ser servido, mas para servir. Por fim, para realizar seu plano de amor, a missão de Deus se revela sobretudo no dinamismo, na efusão no protagonismo do Espírito Santo.
Sendo este o fundamento da missão, a Igreja é, por natureza, missionária. . Dizer isso é afirmar que, se a Igreja não for missionária no seu modo de ser, está negando a sua própria identidade. A Igreja não é um fim em si mesmo, ela é um instrumento para a missão, ou seja, existe por causa da missão, a missão a precede.
Nós, que somos parte da Igreja, também devemos ser missionários. É o próprio Senhor que nos envia: “Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulas, batizando-as em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo e ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei.” (cf. Mt 28, 19-20ª).
Pelo batismo recebemos a nossa missão! O Papa Francisco, nos últimos tempos, nos incentiva fortemente a sair de nós mesmos em direção aos irmãos, formando uma “Igreja em saída”, que vai ao encontro dos mais necessitados, dos excluídos da nossa sociedade. Ter essas atitudes é imitar o próprio Cristo!
Neste ano, na mensagem para o dia mundial das missões, o Papa Francisco se dirigiu especialmente aos jovens. Ele diz: “Queridos jovens, não tenhais medo de Cristo e de sua Igreja! Aí se encontra o tesouro que enche a vida de alegria. Digo-vos isto por experiência: graças a fé, encontrei o fundamento dos meus sonhos e a força para os realizar.” O Santo Padre lembra que pelo batismo, todos os jovens são chamados à levar o Evangelho aos “últimos confins do mundo”, que são todos os ambientes humanos, culturais e religiosos ainda alheios ao Evangelho de Jesus e à presença sacramental da Igreja.
Como batizados, todos nós somos chamados a ser missionários! Sair de nós mesmo para ir ao encontro dos irmãos! Rezemos para que tenhamos a coragem para nos lançarmos na missão, e também rezemos por todos os missionários que, em terras distantes, doam a sua vida no anúncio do Evangelho de Cristo!